O amanhã é feminino
- Graziela Brum

- 16 de abr.
- 3 min de leitura

Enquanto os termômetros globais disparam e os ecossistemas entram em colapso, uma pergunta ecoa: quem está reescrevendo o futuro do planeta? A resposta surge em coros liderados por mulheres que, de comunidades indígenas a centros urbanos, transformam luta em ação e perda em esperança. Elas são as guardiãs da terra, as arquitetas da justiça climática e as protagonistas de um romance que já nasceu urgente: A Curva Vermelha do Rio, lançado em 2024 pela Editora Garoupa.
Mulheres no Centro do Mundo
As personagens centrais do livro, assim como suas inspirações reais, carregam uma verdade ainda não assimilada por muita gente: a crise climática não é neutra. Ela escancara desigualdades de gênero e raça, afetando primeiro e brutalmente mulheres negras, indígenas e periféricas. Mas é também nessas mulheres que reside a força para frear a correnteza. Na ficção e na vida real, elas lideram reflorestamentos, ocupam trincheiras políticas, e reinventam economias sustentáveis — não por acaso, mas porque sabem que salvar o planeta exige desmantelar sistemas de opressão.
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COP30: O Brasil no Olho do Furacão
Em 2025, a COP30 desembarca em Belém, no coração da Amazônia. Não é só um evento diplomático: é um palco global para o Brasil provar que pode liderar não só com discursos, mas com ações radicais e inclusivas. Aqui, o termo justiça climática precisa ser plural: racial, de gênero, territorial. E quem melhor para guiar essa narrativa do que as mulheres que já estão fazendo a mudança acontecer?
O romance A Curva Vermelha do Rio antecipa esse chamado. Lançado em 2024, sua trama ecoa a urgência da COP30, mostrando como vozes marginalizadas podem se tornar centrais na construção de um mundo habitável. As protagonistas, assim como Sônia Guajajara, Célia Xakriabá, ou as jovens da Fridays for Future Brasil, não pedem permissão para ocupar espaços de poder: elas os reinventam.
Por que a Literatura importa nessa luta?
Porque histórias moldam imaginários. A ficção climática, como a de A Curva Vermelha do Rio, não é escapismo — é um treinamento para a resistência. Ao dar rosto e voz a mulheres que desafiam hidrelétricas, enfrentam grileiros e tecem redes de solidariedade, o livro lembra que a crise ambiental é também uma batalha por narrativas. E a COP30, em solo brasileiro, será o momento de amplificar essas narrativas, mostrando ao mundo que liderança climática não se faz com promessas vazias, mas com inclusão radical.
O amanhã é feminino
A retórica da salvação do planeta muitas vezes apaga quem já está salvando. Mas os movimentos liderados por mulheres, especialmente mulheres indígenas e negras, provam que as soluções estão na conexão entre saberes tradicionais e inovação, entre o local e o global. A COP30 é a chance de o Brasil não apenas falar sobre floresta em pé, mas colocar em pé aquelas que sempre a defenderam: guerreiras, mães, cientistas, contadoras de histórias.
Enquanto governos discutem metas de carbono, o romance da Editora Garoupa e a realidade das ativistas climáticas nos convidam a ir além. A tarefa é clara: apoiar, financiar e escutar as mulheres que estão na linha de frente. E, em 2025, transformar a COP30 em um marco não só para o clima, mas para a equidade.
Como as personagens de A Curva Vermelha do Rio ensinam: um rio só muda de curso quando encontra resistência — e há algo mais poderoso do que milhões de vozes femininas insistindo em um novo caminho?
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